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Assembleia do Núcleo de Santo Ângelo

Os religiosos e religiosas do Núcleo de Santo Ângelo teve o seu segundo Encontro anual, online, no dia 7 de agosto. Participaram em torno de 60 pessoas. O tema estudado foi: O QUE GANHAMOS COM AS PERDAS E DESAPEGOS.

O que nos levou à escolha deste assunto foi a partilha que o secretário fez para a equipe, numa live, sobre a palestra que um padre camiliano da Espanha, Mateo Bautista, fez para os irmãos maristas do Brasil, abordando   O QUE GANHAMOS COM AS PERDAS E DESAPEGOS.

Estudamos a proposta em equipe, a irmã Tatiana elaborou os slides e o secretário foi encarregado da explanação, fazendo, naturalmente alguns acréscimos para preencher o que faltava, pois a live do Pe Mateo não foi gravada. A equipe confiou nas anotações e memória do explicitante. A aceitação foi muito boa, tanto que todos manifestaram terem uma cópia dos slides.-“Quando Deus ajuda, o vento apanha lenha…”Melhor, somos gratos ao Espírito Santo que guia a Vida Religiosa.

Alguns pontos da Live

-Jesus é para nós modelo e referência na dor e nas perdas. Nunca reclamou nem se queixou. Pediu ao Pai afastar o cálice, mas não se fizesse a sua vontade e sim a vontade do Pai.

– O que ganhamos com as perdas: Frustração, revolta, indignação, queixa? Olhar para Jesus, que atitudes tomou.

– Sofrimentos, perdas, são inerentes à vida: perdemos a infância, a adolescência, a juventude, a vida adulta. A idade nos põe limites, que fazer? Entender e dar um sentido para cada fase. Se soubermos dar um sentido, uma razão para nossas perdas, elas serão ganhos. Alguém quereria ficar sempre criança, adolescente, jovem? Ficar na lamentação, a vida se torna insuportável, inútil, perdida.

– Maria foi jovem, foi adulta e ficou velha. Há mariólogos que afirmam ela ter chegado aos 72 anos. Por que só a apresentamos jovem? Podíamos também ter uma imagem de Maria vovozinha, querida como soem ser as vovós. Ela viveu e aceitou a vida que Deus lhe deu e é a Santíssima Virgem Maria em todas as fases de sua vida. Ela também conheceu desapegos e sofreu perdas. Ver nos relatos dos Evangelhos. Quem é Ela através dos séculos? Aquela mulher que todas as gerações chamam de bendita (cf Lc 1,46 ss).

– Com as perdas e desapegos ganhamos mais vida, mais sentido para viver. Elas nos ensinam que a vida é um contínuo e progressivo aperfeiçoamento, rumo à casa do Pai. O nosso corpo, homem, “ Homo, humus” e´ barro, chão, é pó, animado por uma alma imortal, sopro de Deus, tende para a eternidade. O corpo mortal é um instrumento que Deus nos deu para nele desenvolver as nossas potencialidades humanas, psíquicas e espirituais… Por isso é santo: foi batizado, crismado, foi consagrado, recebeu sacramentos…É digno de todo o cuidado e respeito. Santo Irineu tem uma expressão bonita a respeito: “Gloria Dei, homo vivens” .É gloria para Deus que este “homo” tenha vida. Portanto, a glória de Deus é que o homem e a mulher vivam! (cf Jo 10, 10).-Que tenham vida em abundância.

– O que é nosso? O que eu guardo, não é meu, o egoísmo serve para nada. O que me valoriza é o que dou, o que entrego. Pode-se dizer: o único que é meu, é o desapego, minha entrega. O que nos engrandece e glorifica é a doação!  “Eu estive com fome, estive preso, estive com sede…. Tudo o que fizestes a uns dos meus pequeninos, a mim o fizestes… ( cf Mt. 25,3 e ss). “Na tarde da vida seremos julgados sobro amor” (São João da Cruz)

– Potencialidades guardadas, não desenvolvidas, morrem com a gente. Realizadas em atos, atitudes, se tornam realidade, engrandecem e enriquecem a vida. São grãos de trigo lançados na terra que frutificam (cf Jo 12,24 )

– O sadio desapego nos torna livres. Neste sentido, os religiosos e religiosas são pessoas felizes, abençoadas e abençoantes. Quanto desapego na vida consagrada; não se tem esposa, esposo, filhos e não dizemos: minha mulher, meu marido, meu, meu, e meu… Desapego por causa do Reino. Somos irmãos e irmãs universais. Temos tudo para sermos as pessoas mais felizes do mundo!

-Nossa saúde ou doença, ou nossas fraquezas, até a morte é um ganho. Não dizia Santa Tereza: “ Yo muero porque non muero?  E Santo Ambrósio chegou a dar os parabéns para o seu irmão Ático por ter morrido, porque agora estava salvo, não teria mais sofrimentos, não teria mais tentações, livre do perigo de se perder. Com Deus estava seguro (assim o santo  falou no panegírico).

– O maior sofrimento é não saber elaborar as perdas. Ah, fui tantas coisas na vida, trabalhei tanto, administrei e governei…me matei trabalhando, agora, que tenho tanta experiência e sabedoria, não sou mais ninguém… ninguém me considera… se ao menos soubessem quem eu fui…e por aí vai…. Meu irmão, minha irmã, o tempo passou, agora é a vez dos outros e que sejam felizes e bem-sucedidos! Porém, resta uma certeza: Nada do que foi feito de bom na vida se perde. Todas as nossas boas ações… estão guardadas no celeiro celeste.

Seja o que for, ninguém deve viver sem missão, sem dar um sentido a sua vida. Se for idoso ou idosa, pode ainda dar exemplo de desapego, de alegria, de piedade, de oração, de harmonia, de fraternidade, de amabilidade, de solidariedade, de sorriso, de se alegrar com o sucesso de outros e sentir-se feliz com a vida.

– Os jovens precisam ainda do exemplo dos mais velhos, precisam de referências, precisam de modelos. Se os jovens não virem mais pessoas cristificadas, doadas, amorosas, cheias de esperança, alegres, acreditando na vida, onde vão se espelhar? – Nosso amor à Igreja, aos nossos Institutos, nosso amor a Jesus e Maria devem contagiar, transformar. A oração é uma força mais poderosa do que uma bomba atômica, ela não tem fronteiras. Einstein diz que “o amor é uma força que governa todas as outras. O amor é luz, por amor vivemos e morrermos. O AMOR É DEUS E DEUS É AMOR”!  O amor e a oração são apostolados que todos podemos exercer. – Deixar-se ajudar também é um ganho. Aceitar ajuda santifica o paciente e o  cuidador ou cuidadora. É humildade e apostolado. – A maior dor é não saber o que fazer com ela. – Como as adversidades, os desapegos, os sofrimentos, os limites nos podem ajudar a crescer e a nos transformar? Os que nos ensinaram as perdas?

Santo Ângelo,11 de agosto, 2021

Equipe coordenadora do Núcleo das religiosas e dos religiosos.

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