Data: 08 de maio de 2021
Local: Plataforma digital, google zoom
MANHÃ:
Tema: Carta Encíclica Fratteli Tutti (FT). Todos irmãos”: sobre a fraternidade e a amizade social
Assessores: Pe. Rafael Lopez Villaseñor e Ir. Teresinha Mendonça Del’ Acqua
O Seminário trouxe uma grande contribuição para a Vida Religiosa Consagrada, neste momento atual em que vivemos de incerteza frente a pandemia e outras realidades que nos afetam. O tema foi desenvolvido em quatro eixos temáticos: 1. Como cultivar a mística sapiencial. 2. Ouvir o clamor dos pobres e da terra. 3. Fomentar a intercongregacionalidade, a interculturalidade e a partilha dos carismas com os leigos/as. 4. Promover relações humanizadoras e atenção diferenciada à cada geração na Vida Religiosa Consagrada.
A mística é a energia vital interligada a dimensão humana, as relações fraternas, a profecia como experiência de Deus a exemplo do bom Samaritano. Ouvir o clamor do povo e da terra desperta em nós uma profunda e vital interpelação para o engajamento e consciência responsável do SER Vida Religiosa Consagrada. O desafio de fomentar e impulsionar a partilha dos carismas com leigos e leigas, a promoção de caminhos intercongregacionais e interculturais permite descobrir as riquezas individuais e coletivas que nos unem em nosso missionar. A reflexão apresentada despertou em nós a necessidade de promover relações humanizadoras que contribuem para o desenvolvimento humano saudável e integral: ambientes acolhedores e abertos; escuta, ternura, pratica do perdão, diálogo fraterno e valorização incondicional da pessoa humana.
Alguns questionamentos:
– Que atitudes sustentam em nós a indiferença estéril e inerte frente aos “bolsões” de pobreza, cidadãos e migrantes (FT 129-131), errantes em busca de sobrevivência, vasculhando latões de lixo em busca de comida e em situações de rua?
– Nosso vínculo de pertença universal (FT230) sustenta-nos no cultivo da mutualidade-cumplice, sororal / fraterna?
– Será que habita em nós a aporofobia capitalista, ou seja, também sentimos medo, aversão, desprezo, hostilidade e repulsa às pessoas pobres e a pobreza?
– Quais clamores têm ressoado aos nossos ouvidos diante da dor humana e ecológica ou nos encontramos refugiamos na indiferença anestesiante?
– Temos consciência de que tudo está interconectado como tem sido nossa opção em favor dos mais pobres e nosso envolvimento efetivo no enfrentamento da injustiça e violência social e ambiental?
Provocações:
– ser caminho de esperança ousada;
– consciência de ser uma comunidade mundial;
– comunidades de homens e mulheres imperfeitos;
– alicerce da sororidade / fraternidade na comunidade (FT 86);
– triunfo do perdão sobre a vingança (FT Cap. 7) e “esquecimento” (FT 252), provendo
espaços humanizadores.
Somos convidad@s a prosseguirmos firmes e fortes na esperança criativa e comprometida em favor da vida.
TARDE:
Tema: Da querida Amazônia à Fratelli Tutti – Provocações à Vida Religiosa Consagrada
Lema: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5)
Assessora: Ir. Roselei Bertoldo (ICM)
Irmã Roselei iniciou sua fala afirmando que não podemos esquecer das nossas raízes. Precisamos ter consciência de nossas raízes, na nossa identidade e no nosso ser Consagrado e Consagrada.
“Não é possível compreender o Sínodo para a Amazônia sem ler a Laudato Si. Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos nos constituirmos como um “nós” que habita a casa comum”. (FT, n. 17)
É um convite a VRC abrir-se ao novo e sonhar em conjunto, coletivamente. Olhar para a realidade da Igreja amazônica requer alimentar um sonho, que abraça todas as dimensões. Não só olhar para a Amazônia, mas como nós vivermos dentro desse contexto. Nós somos Amazônia, trata-se de um problema de todos/as, uma realidade gritante onde a vida clama. A Igreja é chamada a responder profeticamente a todo este clamar.
Precisamos nos unir como Vida Religiosa Consagrada para denunciar as desigualdades sociais, o descaso governamental, as injustiças e outros, pois a Vida Religiosa Consagrada que não é profética não é VRC.
Alguns desafios: abrir-nos para uma espiritualidade da mística do cuidado da vida, da diversidade e do planeta; investir e avançar no trabalho conjunto com leigos para somar forças; reconhecer e valorizar a presença da mulher nos diversos espaços em que já atuam; envolver-nos na luta pelo pacto global da educação: Como mostrar que a vida está em primeiro lugar?; refletir sobre o trabalhar e sonhar juntos, saindo da zona de conforto; investir na dimensão da espiritualidade de forma integrada; desenvolver um olhar continental – tudo está interligado; Olhar com cuidado para as vocações locais; repensar como formar as novas vocações para a cultura amazônica para além da colonização europeia; crescer no cuidado com a casa comum; criar uma cultura da ecologia integral; atualizar o carisma congregacional para responder às exigências da realidade e aos clamores dos povos excluídos; respeitar a diversidade cultural; trabalhar o documento da Laudato Si com as famílias, jovens, leigos/as que vivem o nosso carisma; apoiar a equipe missionária itinerante; ser presença de profecia e esperança no mundo dos empobrecidos; compreender que a Sinodalidade não é meramente uma opção a ser recuperada, mas o único modo autêntico de ser Igreja.